ROSAS PARA ZULEIKA

NO INÍCIO DA MADRUGADA DE 30 DE JUNHO DE 2014

Eu me dou, neste momento, uma rosa azul, em homenagem ao fato de não ter perdido a sanidade mental, levando a vida que levo e sofrendo a multiplicidade de decepções e de perdas sucessivas de quase todas as naturezas, há tanto tempo que já nem consigo mensurá-lo, ao tamanho desse tempo.

Eu me dou, neste momento, uma rosa cor-de rosa, por ainda ser capaz de amar, apesar de tudo.

Eu me dou, neste momento, uma rosa amarela, em homenagem a um caro amigo de adolescência que adora rosas amarelas (em lembrança de um tempo antigo comum, no qual ambos tínhamos, ainda, e apesar das já precoces dores, a plena capacidade de sonhar).

Eu me dou, neste momento, uma rosa branca, pelo meu anseio de paz, não apenas para mim; nunca apenas para mim.

Eu me dou, neste momento, uma rosa vermelha, por ainda desejar: um sonho novo; uma vida diversa desta, com alguma abertura efetiva para o mundo exterior; o perdão dos que se têm mostrado incapazes de perdoar, bem como a minha capacidade plena de perdoar, também a mim mesma; o renascimento em todos os níveis, para mim e para todos os seres da minha vida que, assim como eu, precisam renascer.

Cinco rosas já formam um pequeno buquê. Um pequeno buquê de rosas, neste momento, para Zuleika dos Reis.