Nó!

Na garganta, por uma surpresa boa ou ruim, nó.

Para dar uma má notícia, nó!

De um laço harmonioso, figurativo, nó!

De um laço literal, de corda, cego, nó!

De um laço literal, harmonioso, trabalhado, científico, nó!

De gravata em casamento, nó!

De gravata em luta livre, nó!

De forca, figurativo, por casamento, nó!

De trânsito, engarrafado, nó!

De cana, nó!

De exclamação à Virgem Maria em Belo Horizonte, Nó!

De um problema a ser resolvido, desatado, nó!

De um sentimento possessivo que atrela pessoas a outrem ou a coisas, nó!

De tripa, demonstrando ansiedade ou preocupação excessiva, nó!

De cabelo, em trança, em coque, em laço, nó!

Os nós podem ser feios, belos, figurativos, literários, substantivos, adjetivos,podem ser interjeições, podem se dar no diminutivo, no aumentativo e no superlativo, mas servem-nos para separar, demonstrar a importância de algo na vida da pessoa, demonstrar o sofrimento, demonstrar a satisfação, demonstrar o incômodo, a ansiedade, o desejo, o sonho, separar o doce do insípido, demonstrar habilidade em prender e também em soltar, pois quem prende pode soltar, não significando que o consiga ou queira.

Os nós são tudo isso e podem ser muito mais. Podemos dominá-los ou sermos dominados por eles. Aceitá-los ou renegá-los. Desfazê-los ou apertá-los. Embelezar ou tornar feio. Matar, aliviar, alegrar, fazer fluir quando desatado, desnortear, clamar, juntar amores em matrimônio...

A beleza do nó é saber para que serve, se serve, quando serve, e, se servir, servir-se dele. Está a beleza do nó quando nos faculta utilizá-lo em demasia, de forma desregrada ou comedida, de forma bela ou feia de se ver ou de se viver. Está quando por ele podemos nos tornar belos ou feios, inteligentes ou desprovidos de graus de sabedoria. Um nó pode ser até a inspiração para um texto: Nó!

Charles Lucevan Rodrigues
Enviado por Charles Lucevan Rodrigues em 10/07/2014
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