SALGADO TEATRAL COM CALDO DE FREUD

Já que a psicanálise não é mais que uma questão de aderência, decidi aderi-la e com isso digo de peito aberto que o ator é movido por um sentimento de culpa. Culpa esta que ele não admite com tal nomeação , mas enxerga na perspectiva de patologia. O ator é um ser angustiado, com o mundo em si, aguçadamente metafórico e com ampla capacidade interpretativa acerca de minunciosos aspectos dos quais o público se satisfaria com uma só explicação. Não enxergá-lo em um paralelo à psicanálise seria desprezar um estilo fundamentado do ''ser ator'', até mesmo tirar-nos o anseio que nos leva ao teatro : o de esperar que alguém tenha o que não se tem ,faça o que não se faz, dê o que não se dá às cegas. Uma vez que há alguém carregado , contaminado por um 'extracotidianismo', julga-se válido desprender-se da velha cadeira de balanço para voltar a ter algum tipo de esperança em algum tipo de vida. Do mais,creio que existem culpas que nunca serão totalmente expiadas de assuntos dos quais não se tem culpa alguma.