Sublime

(...)

E começou dizendo que odiava segundas-feiras.

E disse que não era possível sentir-se feliz ao acordar as sete da manhã.

Mesmo assim sorriu.

O sol matinal era convidativo.

Uma manhã amarela, mas o dia era azul.

Azul...

Depois do mês cor-de-rosa, dois tons de lilás coloriram o ano.

Iniciou-se o mês azul, frio e ao mesmo tempo tão quente.

O mesmo azul da cor do céu naquela manhã ensolarada.

Ouviu alguém dizer "bom dia!"

Colocou os óculos escuros e caminhou com os olhos semiabertos.

(...)

Gostava do frio, de sentir a pele murmurar.

Gostava de se aconchegar naquele espaço entre o pescoço e o ombro, para sentir o perfume desconhecido.

Aquele sofá velho se tornava grande o suficiente naquela hora.

O mundo cabia nele!

Enquanto o filme sobre liberdade passava na televisão, ela se afundava ainda mais na imensidão daquela sala.

Ele beijou-lhe a têmpora, ela sorriu em resposta.

Estava adormecendo.

(...)

Porque a cor azul conseguia ser assim... tão fria e tão quente?

Uma explosão de sensações!

Respirava tranquilamente como se estivesse sonhando.

Suspirava distraída como quem olha o mar num fim de tarde.

Viajava sem se mover enquanto o azul claro escurecia.

Mais uma noite cintilante!

Taie
Enviado por Taie em 24/07/2014
Código do texto: T4894158
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.