ESSE BEBÊ FUI EU



 
          Pois, é: cabelos lisos como os de uma indiazinha. Ao longo da vida as pessoas têm me achado, sempre, com cara de carioca, de amazonense, de indiana, de árabe, de turca (...). Nunca me acharam com cara de paulistana, mas, me pergunto: Paulistana  tem alguma cara específica? Acho que não. Talvez seja pelo meu temperamento: embora o tempo todo reclusa, por imposições do destino, sou por demais expansiva.














 
 
P.S. Meu nome é de origem persa. Minha mãe, muitos julgam libanesa e meu pai, quando jovem, parecia um egípcio. Devo ter, necessariamente, alguma misteriosa ascendência no Oriente Médio (sem contar a ligação visceral, sem explicação lógica, com Portugal, bem como com a Espanha). Tudo, afinal, nada mais é do que Imenso Mistério; foi  o que sempre senti, na alma, no sangue, nos ossos e na pele. Sempre, desde sempre. Seja como for, ou exatamente por isso tudo, não nasci no Brasil nem em São Paulo por acaso. Contrariando minha lógica cartesiana, quase... quase creio completamente no Destino.