Ser feliz!

Ao ser levado a refletir sobre a possibilidade da felicidade nesses tempos de efemeridade dos valores e das relações, esta manhã, senti-me compelido a refletir sobre dois pensadores que trataram da arte de ser feliz ou Eudemonismo e que podem ser pensados como os menos recomendados para tal tarefa: Sêneca (estóico) e Schopenhauer (pessimista). A vida para ambos, quando não conduzida pela moderação dos desejos e pela ação racional pode ser apenas uma sucessão de perdas e um mar de dores. Somente a busca permanente pela tranquilidade e pela aceitação da vida como ela é possibilita o uso da única coisa que de fato possuímos, ainda que de modo precário, que é o tempo vivido. Ambos alertam-nos que o nosso maior bem é a alegria (que podemos exercitar e desenvolver). Devemos descobrir a fonte da verdadeira alegria. Essa não é outra senão a interioridade. A serenidade como conteúdo da felicidade possível é resultado da disposição de ânimo que nos leva a viver cada momento como único e bastante em si mesmo, pois para os autores a maior de todas as causas de nossas dores é a nossa busca irrefreada pela felicidade perfeita e permanente. Isso tudo me faz lembrar de uma frase atribuída ao Fernando Pessoa: O animal satisfeito, descansa. A satisfação se alcança com a aceitação dos limites que a vida nos impõe. Cabe sempre refletir quando foi a última vez que nos permitimos estar satisfeitos e alegres descansamos