A Geração Cósmica e a Odisséia do Homo Habilis

O Universo é eterno, mas partindo do pressuposto de que houve um início, teríamos que descrevê-lo hipoteticamente, valendo-nos, entretanto, de ingredientes que não são hipotéticos.

Eu Sou, estava preenchendo toda a imensa esfera do Espaço estático, com a sua imensa sombra inteiramente permeada pela energia atrativa, na sua poderosa adstringência. Com Eu Sou estavam, então, somente suas duas companheiras inseparáveis: a Vontade Eterna e a Sabedoria, e em suas essências, os seus Sete Espíritos ou sete sementes potenciais, aguardando suas ordens. Este é o reino tenebroso, o Primeiro Princípio, onde não há mais nada, senão apenas Ele, o Eu Sou, fechado e voltado para Si mesmo. Ele acionou a Vontade e esta clamou por Sophia, a Sua Arquiteta (Provérbios 8;30), que então, juntas, começaram a esquadrejar e a circular as imensidões do Espaço, definindo os contornos do arcabouço das Suas manifestações (Provérbios 8;22 a 29), potencializadas pela Vontade e depositadas nas mãos de Sophia. Então, a Vontade atraiu os Sete Espíritos, fecundou a Virgem Sophia que gerou o esplendoroso Filho amado e Lhe entregou os tesouros da Theosophia. E o esplendor do Filho prevaleceu sobre as trevas e iluminou as imensidões da Mente Eterna!

Esquadrejadas e circuladas as imensidões insondáveis, foram estabelecidas vinte e oito regiões celestiais e ali foram alojados os quatro Querubins e os vinte e quatro Príncipes Angélicos, todos nos seus respectivos círculos: aqueles, nas quatro extremidades do átrio do Santo dos Santos, como Sentinelas e estes, nas amplidões do Espaço, para a expansão das suas legiões celestiais, nas suas respectivas circunscrições. Estabeleceu-se então, o reino angélico, o Segundo Princípio.

Todos os Príncipes Angélicos tinham em suas essências, imanentes, todas as informações para o seu posicionamento, quanto ao local, quanto à sua envergadura e quanto ao grau do seu esplendor, cabendo-lhes posicionar a seu critério, as suas respectivas legiões angelicais nos seus espaços reservados, e vinte e três deles obedeceram e seguiram à risca as suas instruções. Apenas UM deles não o fez! Envaidecido pela sua beleza e poder, assumiu furiosamente maior envergadura e tomado pela cobiça e pela inveja do Filho, pretendeu ultrapassar os limites da sua circunscrição e alcançar maior esplendor e mais poder, convocando suas legiões que o acompanharam na insana empreitada. Mas na Mente Eterna está a poderosa energia atrativa e adstringente, que abraça tudo, permeia tudo, está em tudo e tudo está nela e, mediante uma poderosa e imensurável compressão, o Príncipe Angélico insubordinado e rebelde foi rapidamente confinado juntamente com suas legiões, quando foi retirado o seu esplendor e ele foi circunscrito no seu reino infernal, ou seja, o Terceiro Princípio. A poderosa compressão conglomerou, unificou toda a “massa” (o amálgama do ovo cósmico do Terceiro Princípio) irreversivelmente contaminada pela ação do Príncipe insubordinado, tornando-a mais densa, num imenso bloco fumegante, mal cheiroso e sem brilho. Todas as manifestações que integravam as essências dessa corporalidade foram afetadas pela intensa contaminação e o próprio Filho teve que assumir o núcleo do Terceiro Princípio e iniciar um longo e doloroso processo de regeneração ou purificação da “sopa cósmica”, que a partir dessa intervenção, passou a ter uma constituição mista -- essência pura, essência natural específica e essência contaminada -- que se traduzem respectivamente, no Espírito Angélico, Espírito Astral e Espírito Infernal. O Terceiro Princípio tem, de fato, um início e, portanto, terá um fim, estabelecendo-se para ele uma trajetória evolutiva a ser descrita num elemento também específico chamado tempo, um atributo que lhe é peculiar e exclusivo. No Terceiro Princípio estão todas as galáxias com todos os seus integrantes, incluindo, portanto, a Via Láctea, com o Sistema Solar e o Planeta Terra, onde se encontra o Homo Habilis que descreverá a sua evolução, assim como todo esse imenso conjunto. Essa evolução é a grande maratona, ou a “quarentena” para a desinfecção de tudo o que for possível e ela se desenvolve entre o desenrolar ou expiração e o enrolar ou aspiração do poderoso Agente Purificador, cujo período, do desenrolar (Isaías 40;22) para o enrolar (Hebreus1;12) (Jeremias 23;19,20) (Provérbios1;27) ou da expiração para a aspiração, pode ser chamado de Geração Cósmica. Podemos compreender, portanto, porque o Terceiro Princípio inteiro equivale ao aterro sanitário, ou à estação de tratamento de efluentes do Universo, onde estamos para sermos desinfetados, purificados e limpos, para podermos retornar à nossa casa definitiva.

Todas as manifestações da Mente Eterna têm em suas essências, todas as informações e as instruções necessárias, (como a semente das árvores) dentro de uma hierarquia perfeita, com grande diversidade, quanto à envergadura, autonomia, poder, cores, sabores, aromas e uma infinidade de características próprias, para que os desígnios da Mente Eterna sejam devidamente observados e cumpridos. O Homo Habilis, no que lhe concerne, conhece isso perfeitamente, assim como conhece grande parte de tudo o que o rodeia e do que observa. Conhece, mas não sabe, pois a sua trajetória ou evolução racional, se conclui na sua condição de Homo Habilis, o seu terminal, sem a Sophia. A “morte” do Homo Habilis e o “nascimento” do Homo Sapiens dependem, exclusivamente, da Misericórdia do Pai, do Amor e da Graça do Filho e da Unção do Espírito Santo!

Devido à contaminação das suas essências, o Homo Habilis tem dentro de si, três poderosas forças, que em igualdade de condições, disputam a sua preferência: de um lado a força do Bem ou o Espírito Angélico que o estimula a praticar as boas ações; no centro, a força da Natureza ou o Espírito Astral, que o convida a gozar a vida, livremente, com todos os seus deleites; e do outro lado a força do Mal ou o Espírito Infernal que o convida a praticar as más ações para obter vantagens ou extravasar sua ira. Essas forças estão nas “três vozes” que sussurram na mente do Homo Habilis em todos os momentos da sua lucidez e às vezes, até quando ele está dormindo. Portanto, ele é tri-polar, naturalmente, o que não o isenta das suas responsabilidades.

Sob os efeitos dessa poderosa tricotomia energética, debate-se, cambaleante, o pobre Homo Habilis, aflito, desesperado, tropeçando e caindo aqui, levantando-se ali, cedendo ora a uma ora a outra dessas forças, até que, progressivamente, acabará se definindo por uma delas. Aliás, ao final, ele se defrontará apenas com duas delas, pois que o comando do Espírito Astral o conduzirá forçosamente, ao comando do Espírito Infernal que sempre assume e reúne os dois comandos, pois as duas bestas sempre acabam se unindo. Os vitoriosos, uma parte, magros, feridos e desfigurados pelas batalhas desiguais, mas que permaneceram com resignação, paciência e perseverança sob o comando do Filho (o seu único Pastor) e optaram pela porta mais estreita, a que conduz ao Reino Angélico, no tempo previsto, suas Almas retornarão ao mistério do centrum naturae no amor da Segunda Mãe. Essas Almas, regeneradas, perdem a parte da essência infernal e se completam com a essência angelical, que lhes conferem corpos angelicais, os galardões. Então elas se incorporam à legião de Anjos, ou ao rebanho de “ovelhas” do único Pastor, para a Vida Eterna! Quanto às outras duas partes reunidas -- 66,6% -- suas Almas também retornarão ao mistério do centrum naturae, como na Primeira Mãe, mas como não conseguiram escapar do jugo dos atributos da besta que surge da terra e da besta que emerge do mar, perdem a parte da essência angelical e se completam com a essência infernal, perdem também a corporalidade e são dissolvidas, entrando para a câmara de tortura, das quatro primeiras forças da natureza eterna, constituídas da mesma essência infernal: a adstringência, o amargor, a angústia e o calor. A Razão, ou o velho homem, deve compreender que no centrum naturae angelical está o Filho, o coração de Deus. No centrum naturae terrestre se encontra o homem. O centrum naturae infernal não é Deus, mas está no Tudo, que é o não fundamento em si mesmo, mas é ele, o Tudo inominável, (Deus) que gera, produz ou que dá origem ao fundamento. Eis o Não e o Sim! O fundamento é a lápidi-philosophorum, ou a pedra angular rejeitada ou o Nosso Senhor Jesus Cristo! O demônio desprezou a essencialidade celeste e inflamou a mãe natureza ou o centrum naturae no Primeiro Princípio, tornando todas as coisas corpóreas, as quais Deus juntou tudo num só amálgama ou corporalidade então contaminada. Esse amálgama recebeu a essência angélica do Filho no seu poderoso olhar, mas Este permaneceu oculto aos olhos do demônio e só se manifesta ao novo homem, a partir do seu novo nascimento.

Estabelecido o “marco zero” da geração cósmica, quando o Filho, moído e martirizado, assumiu o núcleo do Terceiro Princípio e lançou o seu poderoso olhar para toda aquela imensa corporalidade contaminada, iniciou-se a contagem do tempo para a grande maratona da evolução de tudo o que constitui o Terceiro Princípio, cuja corporalidade foi re-concebida, mas então mesclada pelos Espíritos do Bem, Astral e Infernal. Estava lançada uma Geração Cósmica com uma duração predeterminada de “N’lhões” de anos, ao final dos quais, “os últimos serão os primeiros”, estágio em que nos encontramos. Nós somos os últimos, por isso sabemos! (vide Isaías 42;9 - Amós 3;7 - Jeremias 23;20) e isto está previsto nas Escrituras, que antecipam o derramamento mais amplo e generoso do Espírito Santo e o recrudescimento da atuação do demônio, nos últimos tempos.

Sabedoria 19;1- Mas sobre os ímpios até o fim veio a ira de Deus sem misericórdia. Porque ele também sabia de antemão o que lhes tinha de acontecer; 5 – E para que ao mesmo tempo tivesse o teu povo um miraculoso trânsito, e eles achassem um novo gênero de morte, 6-Porque todas as tuas criaturas tomavam como no princípio, cada uma no seu gênero, uma nova forma, obedecendo aos teus mandados, a fim de que os teus servos se conservassem ilesos. 7- Porque uma nuvem fazia sombra ao seu arraial, e onde antes havia água apareceu terra seca, e no Mar Vermelho uma passagem sem embaraço, e um campo viçoso no seu profundo abismo.16- E foram feridos de cegueira, como aqueles à porta do justo, quando tendo sido repentinamente cobertos de trevas, buscava cada um a entrada da sua porta.17- Porque tudo isto sucede enquanto os elementos se convertem uns em outros, do mesmo modo que num instrumento musical se muda a qualidade do som, e tudo guarda a sua harmonia; do que se pode fazer ao certo um conceito pelo mesmo sucesso que então se viu.18- Porque os animais terrestres pareciam mudados em aquáticos, e os que nadavam nas águas se passavam para a terra.19- O fogo, excedendo a sua virtude, se ateava no meio d’água, e esta se esquecia da natureza que tem de o apagar. 20- As chamas, pelo contrário, não ofenderam as carnes dos animais corruptíveis que andavam entre elas, nem dissolviam aquele delicioso manjar, que se desfazia facilmente como o gelo. Porque em todas as coisas engrandeceste, Senhor, ao teu povo, e o honraste, e não o desprezaste, assistindo-lhe em todo o tempo e em todo o lugar.