JANELA INDISCRETA...
Um cigarro…
Uma janela aberta em dia agreste
Uma espiral de fumo que me era devolvida
E eu…
Eu sorria porque já tinha visto a tua saia voar na rua
Ah, como gosto de ver o corpo de uma mulher batido pelo vento !...
Por mais que as tuas mãos tentassem minimizar o efeito
Parte do teu corpo ficava exposto à delícia de um olhar
E eu…
Eu já não sei se sorria se chorava
Exausto pelas incertezas ditadas por mil pensamentos
Pela janela entravam-me as folhas filhas do Outono
A poeira cansada de ser sovada pelas agruras do momento
Os pombos a quem já faltavam forças para voar
E eu…
Eu, inconformado acendi outro cigarro
Pela janela entrava-me tudo
Menos tu !...