Merencória

Numa dessas noites enluaradas, sentado me encontrava recostado numa pilastra do alpendre lá de casa, sobre o primeiro degrau daquela escada, enquanto, contemplava o campo mesclado de arvoredo encantado o qual se perdia no tempo daquela noite a qual irradiava certa alegria para apaziguar a minha afoita agonia. Relembrava dum passado distante dum desperto anteontem. Aquele pensamento estonteante me fazia rubrar à tez ao confundir o alazão, potro de estimação com um rinoceronte de ilusão noturna. O potro ao trote na mata se desfez como vulto soturno em sua sordidez. Envergonhado com a minha insensatez voltei-me a pensar: “No escuro todos os gatos ficam pardos”. Descartando minha timidez, retornei a pensar outra vez no meu velho fardo: Por que a paz arredia se desfaz em melancolia na merencória dessa lua fria, sem sentido profícuo? Inexplicável sentimento místico de dor e alegria, não dando o devido sentido ou algo parecido com o qual me identifico, porém, infelizmente não explico.

Então briguei comigo mesmo, repreendendo-me, pois, deveria aproveitar aquele momento bem medido, quiçá, bem merecido duma sublime contemplação de estado de espírito imbuído dum lapso que ficou perdido, todavia, deveria ser mais querido.

O resto não passava de mera ilusão.

jbcampos

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Enviado por jbcampos em 20/11/2014
Código do texto: T5042176
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