Mais devagar

Não pense, caro amigo, que não sei o que eu faço

Sei porque penso e penso porque ajo

Se te olhei e agarrei no ar teus olhares

Não pense que retribuí algo

Apenas doei o que tenho e deveria agradecer-me

Por ter te afagado o cabelo e dormido no seu peito

Com relativa pressa

Sim, você deveria pensar diferente, sei o que faço

Meu corpo e mente não são picadeiros de palhaço

Portanto venha até mim, caro amigo,

Recupere meu cansaço, dê-me o que comer

O que beber, dê-me um abraço

Mas não duvide de minha consciência

Não pense que aqui mora a pureza e inocência

Não se decepcione!

Agarrei seus olhares e te dei os meus

Mas não se afobe, não tenha medo

Agora tudo vai mais devagar

No ritmo do seu desespero

Na velocidade do seu trem

E na dormência do meu sossego

Laís Mussarra
Enviado por Laís Mussarra em 28/05/2007
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