POR QUE NOSSA CONSCIÊNCIA PODE CRIAR QUALQUER COISA

Os cientistas falam que a matéria possui um complementar, que é a antimatéria. Do atrito dos dois gerou-se toda a energia que existe no mundo. Que hoje somos nós. Também. A todo momento estamos indo para algum lugar. Somos, junto a todo o resto da matéria, a viagem eterna, talvez, da energia inicial.

Podemos dizer que a matéria é o que chamamos de coisa. Uma coisa para ser uma coisa para nós seres sensoriais precisa impressionar algum de nossos sentidos. Precisa fazer com que possamos tocá-la ou cheirá-la ou ouvi-la ou vê-la ou degustá-la.

A antimatéria seria uma não-coisa. A não-coisa não se expressa para os seres sensoriais, pois não impressiona nenhum de seus sentidos. Dessa forma, pode estar cheio de não-coisa por aí, passando batido, transformando ou criando ou ajudando no processo de transformar ou o de criar as coisas. E vice-versa. Simultaneamente, coisa e não-coisa se criam. Se completam.

O que podemos perceber por algum dos nossos sentidos existe. Existir é próprio do que pode ser compreendido por nós. O que não compreendemos sensorialmente não existe, é não-coisa. A faculdade da existência não diz respeito à não-coisa.

Deus é um termo que significa originador. Deus provavelmente seja a não-coisa. Consequentemente, Deus não existe, pois existir não é próprio da não-coisa. Mas Deus está contido nas coisas e é ele o condicionador de elas existirem e de elas, conforme a peculiaridade, impressionar nossos sentidos e serem reconhecidas como as coisas que nominamos. E ao mesmo tempo, Deus é o condicionador que faz com que utilizemos nossos sentidos para sentir tudo o que existe. Deus é a nossa consciência, que, diferente dos nossos pensamentos, é outra não-coisa. Nossos pensamentos são matéria também.

Logo, Deus e todo tipo de consciência são a única forma de não-coisa, que formam algo unívoco, sendo que o que forma a individualidade de cada um de nós é uma combinação do impressionamento que sofrem nossos órgãos sensoriais e a atitude que a consciência que habita em nós toma ao lidar com o que capta e com o meio no qual o corpo que a sintoniza existe.

Essa reflexão quer divagar que nossa consciência, por ser da mesma substância que Deus, pode criar coisas materiais, sem que se precise haver uma lógica.