Eu e Ele

Eis porque gosto tanto de Picasso,
da matemática  beleza;
do irregular destreza;
do certo prismas. 
Não finjo ser quem não sou.
Sou quem sou, tenho apelidos,
mas todos com vínculos à minha personalidade,
que é forte e vibrante, porque a vida me faz vibrar.
Vibro com tudo que é vida.
Vida e fazer são meu lema.
Ficar parado não resolve,
não edifica nem a si nem aos outros.
Não sou covarde e não fujo das paixões.
Há em mim paixão por tudo que faço
mesmo que ela um dia passe
me apaixono no momento e isso basta.
Amo no limite.
O limite é o do meu bem-estar mental,
se ultrapassa-lo, que vale o amor em desarvoro?
Que vale ter tido tanto e nada usufruir?
Tenho momentos de limpeza
jogo para fora tudo que não me faz bem,
Enterro e não sou moldura de granito.
Meus versos não são só de rosa,
há em mim um tom roxo,
composição do azul das minhas veias
com o vermelho da seiva que me corre dentro.
Sou bicho homem,
sou bicho mulher,
sou bicho ser.
Tenho estações, tenho fases
e vou seguindo todas as minhas vontades.
Todos os meus caminhos são planos,
mas isso não quer dizer que não
contornei pedras.
Eu e ele sabemos quem somos

Ilustração:  Picasso Man with Nude Woman.
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 29/05/2007
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T505611
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