AS GRANDES FICÇÕES DE NOSSA HISTÓRIA

O inexistente nos faz falta e desejamos encontrá-lo. Como dizer que ele não existe se o sinto aqui em meu peito sujeito? Está vivo? Talvez sim, em espírito, mas esteve ontem em corpo, não neste mundo... não neste mundo, mas esteve. Talvez sua falência... seu fim angustie assim como o fim de um humano angustia Deus...

As ficções provocam as emoções e familiaridades como se fossem uma realidade. E não são. Ou são? Nem mesmo sabemos diferenciar, apenas temos a sensação de que estamos vivendo numa espécie de realidade muito semelhante à nossa. Quando eles partem nem mesmo nos dizem adeus... não olham para trás, nem nos chamam pelo nome, sim, nós que todos os dias olhávamos para eles... Eles se vão, sem terem vindo e... surgiram, sim, conheceram-nos... sorriram para nós... choramos e nos alegramos com eles... tentamos até fazer a loucura de ajudá-los, porque eles eram nós... mas num dado momento, muito curto, deixaram de existir sem ter existido... e um dia, ficarão mais distantes... sim, um dia. Talvez a aflição de nossa alma seja saber que não os encontraremos na pós vida, pois o céu deles não é o nosso... talvez eles não tenham um céu, nem um inferno... apenas vaguem na imaginação humana...

Adeus...,,,,,, “amigos”. Lembraremos sim, de seus dramas e sorrisos, amigos, se assim podemos chamá-los...

Podemos eternizar as coisas finitas da vida, através da imaginação, que pouco satisfaz a nossa alma, indesejada do engano, mas preenche a loucura do espírito que se sacia dele. Talvez seja necessário voltar ao princípio da história e vivê-la novamente, não da mesma forma, impossível de se repetir, mas pelo menos vivê-la, para escapar de seu fim............................. do fim dos que nunca existiram.

Magno Holanda