O MISSÁRIO DAS VELAS ESCURAS
 
 
As derrotas inimigas
Vencem também
Perdedores
O odor forte
Do intranquilo
Recebe mais
Daquilo que contém
O desssabor
É vingativo
Quer ouvir um canto
Que soe seus sonhos
Pueris
Na vontade dos outros
Vontade perdida
Vendida aos pastores
De toda idéia
Ressentida
Se não ressentem
Inventam mártirios
Lírios queimados
Não há nenhuma raiz
Que possa viver
Explode o compasso
Perecível
Da aurora criada
No imaginário dos benditos
Que são inauditos
Se ouvidos pelo
Lamento
Imitam as estátuas
Se apoderam delas
Poderam elas
Do que tem
Por estátuas
Dentro da alma
Não desabrigam
Por fora a líbido
Escondem os fascínoras
Por baixo
Das saias compridas
Existe alguém
Sempre querendo sair
O que não tem
Sobrevida
Não se move
Mal pode se envolver
Nem luta
A confusa liberdade
De usar símbolos
Como se o toque
Do sublime
Fosse diferente
Do gosto
Possuído de toda
Bebida volátil
há desconhecidas
Autoras da magia
Que enlouquece
Hormônios
não tem sonhos
vivem nos sonhos
que deixam nos loucos
que não pedem
passagem
tudo que parece miragem
na verdade
ainda tem corpo
“ela desfilou nas vistas
de todos
blusa arrependida
de seios arrepiados
os volumes sem receios
do que é meio
pra orgasmos”
enquanto o retardo
ainda posa debaixo
do que  já está morto.