Crianças perdidas no tempo

Crianças perdidas no tempo, largadas ao relento, abandonadas sem contento, não tiveram a sorte de um passado, não tem o respeito humano de um presente, e talvez, quase certo que, não terão a benevolência natural de um futuro digno de crianças, de jovens, de adultos e de idosos. Estas crianças quase se confundem com o nada, quase passam como transparentes ao nosso viver, muitos de nós apenas nos lembramos delas quando elas se interpõem “perigosamente” em nosso caminho ou de nossos filhos, pois as ignoramos como se a realização de suas vidas não fosse também nossa responsabilidade. Estas crianças, mesmo quando as vemos excluídas, não as percebemos como crianças, iguais aos nossos filhos ou iguais aos filhos dos nossos, ou iguais a seres humanos, mas em nome de uma segurança, em especial que as retire de nosso caminho, estamos abertos a reduzir a idade penal, a interna-las ou mesmo a eliminá-las. Como me revolta a falácia da segurança pública como sendo um estado de retirada do nosso meio de mais crianças abandonadas, e não de uma segurança pública que passe realmente pela inclusão social e pela dignificação de uma infância no preparo de um ser humano.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 09/01/2015
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