De volta pra casa

Fui na casa dela, nossa antiga casa...

conversamos sobre nós dois, e o que seria dali em diante, rimos de coisas bobas, já fazia algum tempo que não ríamos assim, me senti estranho em estar ali e não poder manifestar meus sentimentos ocultos, estou ferido como um lobo, atento aos quatro cantos do mundo, desconfiado e vadio, racionando aquilo que me sobrou de oxigênio.

Peguei algumas roupas amarrotadas na gaveta, e ela estava na cama quieta, com aquele olhar fundo , como duas bolas de gude ,brilhava a cada gole de Contini, fechei a mochila e disse que já estava saindo, ela disse " ta bom", e me pediu as chaves da casa, e me deixou no portão.

Subindo aquela rua, senti um peso enorme nas pernas, o calor estava insuportável, e tinha muita gente ainda na rua, senti uma angústia enorme, uma bola que ardia na garganta, e que eu tentava engolir olhando pra cima, fazendo voltar para dentro aquela gota, imagens nossas como flahes , refletiam nas janelas dos carros na rua, e naquele escadão escuro, de volta para casa de meus pais, parecia não ter fim, e minhas lágrimas eram mais, muito mais , do que cabiam em mim.

Notas de Robert Ramos 18/01/15

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 19/01/2015
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