Triste

Em sua mente, depois de uma perda ou decepção, resta uma lógica extrema: não deixar que façam novamente o que te magoou. Nossa alma se tona arredia, exigente e há uma dificuldade de aceitação de todos que se aproximam.

Sonhamos com um ideal, que nos presenteie com a plenitude, nos arranque a dor, e nos supra toda carência e tenha as maiorias virtudes. Mas isso não acontece, vamos de decepção em decepção nos afastando do mundo e vivendo no mundos das ideias, imaginando um futuro baseado no “se encontrar alguém assim, poderíamos fazer tais coisas...”, condicionamos nossa felicidade a um acaso, irreal e tolo. Essa pessoa incrível não existe, mas existem pessoas como nós, com defeitos e qualidades que podem nos fazer felizes.

Nosso senso crítico se aguça nesse período, o senso de justiça também, reivindicamos, nos manifestamos contra tudo o que nos contraria, disfarçando nosso grito de socorro que implora um colo e compreensão. Não adianta se entregar a noites de pura luxuria se a alma não se sente saciada do desejo arder sem pudor entrelaçada em outro corpo. No enganamos em uma mera atividade física, se vinculo, sem expectativa, sem carinho sincero, sem amor...

Amor... essa palavra que cada dia parece mais irreal.

As vezes o mais doloroso desse processo é perceber como a proximidade ao se tornar raiva, distancia, nos amarga, se um dia um nome trazia sorriso, hoje traz travamento de dentes, um ódio incontido, um rancor amargo, um fel na boca que torna o dia indigesto.

A vida vai passar se estiver feliz ou não, se hoje a força não te mantêm de pé, tente outra vez usando tudo o que tem, mas não encurve, não caia, siga,persista, mesmo que arrastando avance, se não houver luz vá no escuro,mas vá, sem olhar para trás!

Cansada dessa solidão que voltou para dizer que é a condição mais comum, seus olhos sem brilho, sua pele sem viço, e o relógio despertando na mesma hora, todo dia, sem se preocupar se seu coração está inteiro.