Transformação – incorporação – fusão e dissolução.

O viver é um completo sistema de transformação, incorporação, fusão e dissolução.

Na transformação, deixamos de ser uma pessoa para nos transformar em outra pessoa. A filosofia defende o devir, isto é, a transformação da pessoa, neste caso em especial, com o passar dos tempos pelo contato que a pessoa tem com o ambiente em sua volta.

Temos idéias, temos sentimentos, temos atitudes, temos modo de vida que se transformam com o tempo.

O grande estudioso Huberto Rohden afirmava que estamos em completa transformação. Ensinava-nos Rohden que a vida é um completo “crear” e não criar. Crear, na concepção dele, é se transformar, mas numa nova pessoa. No hebraico existe uma palavra especial chamada de barah. A bem da verdade barah é um verbo que significa trazer do nada. Note bem que trazer do nada aqui é crear uma coisa sem ter procedência de outra. Não se trata de algo derivado, mas algo novo, que não existia anteriormente, algo que veio do nada.

Temos muitas mudanças ao envelhecer desde o nosso nascimento aprendemos coisas boas e coisas ruins que nos transformam e nos trasnformarão. Portanto, não continuamos os mesmos e nem continuaremos os mesmos. Somos iguais a uma borboleta: do nascimento até a morte passamos por varias fases e temos vivências diversificadas que nos trazem modificações em nosso ser, em nosso corpo, enfim no homem integral que somos: bio-psico-socio-espiritual.

Já na incorporação, valemos da vida alheia. Aprendemos coisas boas e ruins com outrem.

Na famosa frase do grande pensador Validivar “o homem deve ter uma mente como uma porta de vai-e-vem, abrindo-se para dentro a fim de captar as boas e más idéias dos outros e abrindo-se para fora a fim de liberar nossas próprias idéias boas e ruins. Ruins foi um grifo meu.

Fiquemos com a primeira parte que é a de captar idéias, sentimentos, atitudes, exemplos de vida e as demais coisas.

Fazemos isso cotidianamente e passamos a ter uma vida diferente por captar, por meio dos nossos sentidos, tudo que é estranho a nossa mente num primeiro momento.

Agora fusão acontece conosco quando fundimos nossos conhecimentos com os conhecimentos de outros. Também fundimos os nossos sentimentos com os sentimentos dos outros. Também fundimos nossas atitudes com as atitudes dos outros. Enfim, fundimos nossas vidas com a vida dos outros, ainda que seja amizade, namorada(o), trabalho e tudo mais.

Em muitos casos, essa fusão nos fortalece, nos ajuda a crescer porque aprendemos com o legado das outras pessoas. A união não faz só açúcar, faz a força entre os individuos também. Pensamos melhor, sentimos melhor, agimos melhor. Todavia também podemos pensar pior, sentir pior, agir pior, mas isso é em pequena proporção porque se une, na grande maioria, para buscar felicidades.

Por último dissolução. Aqui todo o nossos conhecimentos, todos os nossos sentimentos, todos os nossos agires acabam acabando, disse: acabam acabando.

Não parece paradoxal? Vivemos uma vida para nos transformarmos, para incorporarmos, para fundirmos e no final acabamos dissolvendo-nos.

Às vezes pensamos na falta de sentido para a vida, no entanto continuamos a viver para seguir esse ciclo comum de que falamos até aqui.

É natural para o homem comum pensar na incapacidade que ele tem para lidar com a situação de término.

Parece que a nossa esperança habita na confiança de uma vida além túmulo em que tudo o que vivemos neste mundo não dissipará da nossa vida. Será usado em um outro lugar. Será usado em uma outra dimensão. O nome é você que define para o além túmulo.

Pelo menos, viva a vida de tal maneira que do começo dela até o seu fim você seja lembrado pela pessoa boa que tentou transformar seu habitate no melhor possível, respeitando as tranformções da vida sofridas por nós.

Filósofo místico
Enviado por Filósofo místico em 03/06/2007
Reeditado em 06/06/2007
Código do texto: T511715