SAUDOSISMO

Nesses últimos tempos, sinto-me saudosa, com uma sensação de perda, e tenho perdido pessoas importantes na minha vida. Tenho sentido necessidade de contar a história da minha família, para deixar algo para que possa ser lembrando para meus descendentes. Sei que a maioria não está interessada em ler a vida de outros, quando a sua é mais importante. E não posso julga-los por isso.

Tenho amigas muito doentes, uma com grandes chances de ficar completamente curada, a outra, em estado terminal. Segunda-feira 29/05, fui visitá-las. Saí de suas casas, com uma sensação esquisita, e ao mesmo tempo aliviada por não ser eu. E, de certa forma, pedindo a Deus sabedoria, coragem.

Em Maio de 2006 perdi uma tia que gostava muito, chamada Lilita, que aquele tipo de mulher forte, determinada, que resolve tudo a sua volta, boa esposa, mãe dedicada, uma excelente cozinheira, costureira, bordadeira, fazia crochê como ninguém. Claro que como ser humano tinha seus defeitos, mas suas virtudes falam mais alto. Deixou um grande vazio.

Em novembro do mesmo ano, perdi um tio, gostava dele sim, era uma boa pessoa, lutou com as armas que pode para ser feliz, se aventurou, mas nessa busca errou muito. Sinto falta dele, exatamente pelo ser humano que era, na sua ânsia de mostrar o caminho da eternidade a minha mãe, quase se perdeu. Era marinheiro. E eu quando criança achava-o muito bonito, vestido com a farda da Marinha. Morreu. Deixou um vazio.

Em Janeiro de 2007 perdi uma prima, Ana, filha da tia Lilita, era dedicada como a mãe, tinha os mesmos predicados da mãe. Com a tia Lilita e de Ana herdei a capacidade de aprender a cozinhar, costurar, bordar, fazer crochê, etc.

Hoje, senti falta dos três, todos tiveram um papel importante na minha vida, acrescentou alguma coisa. Como diz a Bíblia: “ a quem honra, honra”.

Recife-PE

03.06.07