Desiderato Tropológico

Chegam certos momentos da vida em que suposições se tornam verdades, mais do que nunca, conceitos obscuros e anuviados ficam livres e desimpedidos das sombras das dúvidas e do desespero, tanto é verdade que chegamos ao momento presente.

Mas para tanto foi preciso uma grande lacuna de tempo e de espaço - sempre é sim, mas o importante é aonde chegamos, sem medo sem raiva, mas ainda assim, com feridas na pele e no coração.

E não poderia ser de outra maneira já que houve uma perfeita subsunção do modelo de KB, ou seja, de várias fases que se passaram, talvez estejamos indo para a quinta e última, a verdadeiramente desejada, a esperada, ou ainda um pouco a frente da quinta e logo antes da primeira.

Porém, não foi fácil nem rápido, já falamos (eu falei) sobre, despiciendo seria ensimesmar sobre a origem de tudo e o longo caminho percorrido, deste deveras pensamento pacato, oco e desprovido de sentido - para não dizer insensato, para que abrir feridas, conforme dito quase fechadas?...

Mas dando e voltas não chegamos a uma resposta, aliás, nem nos deparamos com a pergunta, apenas como um suposto modelo, o de KR, não é verdade?!

Pelos últimos capítulos da novela da vida enfrentamos verdades inconvenientes, fatos trágicos, mentiras desnecessárias e traições inusitadas o que convergiu num motim sistemático, porém diga-se de passagem, esperado.

Começamos inicialmente negando, dizendo que era impossível, ora como podia?! Ela era tão nova, tudo era uma (in)certeza pragmática e estatística, mas os planos do destino não ocorreram conforme (não)planejado. Tudo numa enorme sucessão de erros, foi triste, desesperador.

Passou-se para a questão da cólera e da ocorrência das vicissitudes, e o fundo do copo, nunca era o bastante, aliás, nunca chegava, sempre era reposto antes, não era?!

Ato contínuo houve a síndrome da barganha, como sempre interiorizamos (note-se o plural) os motivos, os sentimentos e emoções e simplesmente cuspimos uma verborragia de impropérios e absurdos visando conseguir aquilo que sabíamos (bis), ou seja, a impossibilidade, mas ainda assim subsistia a esperança, a fé, enfim um verdadeiro lirismo decadente e vazio, um fim em si mesmo.

Houve então a derrocada para o abismo, sublinhe-se sempre estivemos (de novo) na superfície, com a corda a todo momento se rompendo, mas não demos (desnecessário mais pontuar) atenção, provamos de nossa própria reticência e vimos acontecer inertes e silenciosos.

Tudo isso para chegar a um novo (re)começo, supostamente, é claro, pois não será diferente, apenas um loop infinito, nesta sucessão de fatos, (des)encontros e realizações auspiciosas.

Prefiro acreditar assim, diz a voz onisciente que vos fala.