Já morreu e esqueceu de se deitar.
Essa frase era usada bastante por meu pai. O Velho Tonho possuía a melhor sabedoria, porque a afirmação retrata a nossa sociedade com grande exatidão.
 
Observem a folga que domina as pessoas na hora de acordar.
Aquela história de acordar com os galos já era. Hoje até os galos andam esquecendo de cantar no término da madrugada.
Quando ouço Fulano dizendo que acordou cedo, fico pensando que ele acordou cinco ou talvez seis horas.
Não! Ele informa sete ou oito horas.
Pode?
 
O dia inteiro o cansaço, a preguiça e o dengo prevalecem.
As mocinhas nunca aprendem a cozinhar. Não encontrando a sopinha pronta, é prudente o maridão sorrir.
Se a esposa não sabe fritar um ovo, a sopa seria uma gororoba.
 
Os estudantes escondem a farda, sentem vergonha de mostrá-la.
Já fui à escola com a farda gasta, rasgada, recomendando uma urgente renovação, mas continuava sentindo o prazer de estudar conduzindo a minha jornada.
Hoje compram os melhores cadernos, os mais enfeitados, as mochilas da onda, querem impressionar...
E os estudantes? Cadê?
 
É bastante comum a idéia de que a idade traz dores e doenças.
Comigo não! Já tive problemas sérios na coluna.
Atualmente a minha coluna lembra a robustez dos leões.
Cada dia a gostosura e a beleza me tornam mais sedutor.
E muito mais modesto.
 
Enquanto isso os outros, parentes, amigos e pessoas que conheço, preciso concordar com meu pai, pois...
 
Eles morreram e esqueceram de se deitar.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 11/02/2015
Reeditado em 12/02/2015
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