Morte súbita
Corpo enferrujado, alma torta, matéria podre, pensamentos despedaçados pela tristeza e angustia que meu próprio eu causou em mim. Por dentro já morri, não me encontro mais em mim mesma, não tem nada que me faça pura. A alma sofrida, negra e dolorosa, chora, chora... e implora, por uma luz que fica mais adiante e inalcançável de um fim de túnel qualquer. A raiz de todos os problemas sou eu, quem cava a cova ainda mais fundo todos os dias, se não eu? se não minha morte em vida pela descrença e derrota de mim mesma?
Eu aqui contando o tempo para tomar atitude na vida, mas que vida? Qual seria essa vida que me refiro sempre? eu não há vejo, não a sinto, e quando supostamente sinto, ela escorre de meus dedos como matéria que se derrete em decomposição. Talvez eu só seja covarde demais para viver a vida, ou quem sabe, covarde demais para finaliza-la. O fato é que; tudo o que sou agora não é nem de longe quem eu deveria ser.