NUNCA FOSTE CRIANÇA...
Não foste plantado nem semeado
E muito menos parido
Apareceste simplesmente
Flutuaste com um ar perfumado
Imune a tempestades
Aos tórridos calores do Verão
Sorrindo à suavidade primaveril
Alheio à constante maré alta das águas
Batizaram-te com o nome de Poesia
Soltada de bocas que te adulam
E de olhos que brilham quando exultas de fervor
Chegaste um dia
Um dia qualquer entre o Inverno e a Primavera
E apesar de no teu corpo indefinido existirem asas
Ficaste…
Os anos passam e tu adotaste-nos como Pátria
Cresceste no dia em que colaste a nós a tua esperança
Nunca foste criança.
NOTA: Este poema marca o 4.º aniversário de uma Tertúlia de Poesia que todos os meses realizamos na nossa cidade, Barreiro, mesmo juntinho a Lisboa.