NUNCA FOSTE CRIANÇA...

Não foste plantado nem semeado

E muito menos parido

Apareceste simplesmente

Flutuaste com um ar perfumado

Imune a tempestades

Aos tórridos calores do Verão

Sorrindo à suavidade primaveril

Alheio à constante maré alta das águas

Batizaram-te com o nome de Poesia

Soltada de bocas que te adulam

E de olhos que brilham quando exultas de fervor

Chegaste um dia

Um dia qualquer entre o Inverno e a Primavera

E apesar de no teu corpo indefinido existirem asas

Ficaste…

Os anos passam e tu adotaste-nos como Pátria

Cresceste no dia em que colaste a nós a tua esperança

Nunca foste criança.

NOTA: Este poema marca o 4.º aniversário de uma Tertúlia de Poesia que todos os meses realizamos na nossa cidade, Barreiro, mesmo juntinho a Lisboa.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 07/03/2015
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