SE TENTAR

Se for para tentar, tente de verdade. Não se distraia (não se torne hipnotizável por discursos que possam ferir seu intuito), não permita que bagunças anteriores fiquem espetando as metas (se não puder subtrair as desordens, apague-as por hora. Saiba fazer diferente a partir daqui), e não pule para os meios mais fáceis, eles sempre são os mais frágeis. Caso contrário, nem se atreva a sequer insinuar a busca/investida. Isso pode significar perder cada pedaço, partes do que ainda fazem com que a ideia de insistir se instale, fragmento por fragmento de um todo. Isso pode custar o seu sono, a sua fome, o seu intelecto, as suas valentias e até a sua lucidez. Pode significar perder ganhos anteriores e a fé em si para todas as outras coisas, ou ao menos e principalmente, a crença dos envolvidos, que mesmo que vejam que o resultado não está sendo imediato, tenha a certeza, vão admirar mesmo é o seu esforço, mais até do que se ganhasse de mão beijada.

Se não for tentar de verdade, se for para tentar mais ou menos (o que nem existe), procure outra coisa, algo que estimule os seus sentidos a um ponto em que sua garra seja desperta.

Tentar é algo muito grandioso, mais até do que conseguir. A caminhada é que deixa suas digitais, seu nome e a cara a tapa. O resto é consolo, é pouco, é sem raiz, fácil de deslocar-se.

Quem é passageiro quando fala que sabe dirigir, não pode levar nada e nem ninguém da maneira que realmente deseja. E muito menos poderá fazer com que acreditem que verídica e absolutamente sabe controlar um volante.