Vida que levo

Se a vida que levo não é real do ponto de vista de assumir o que sou, pelo menos é real do ponto de vista de fazer o que faço.

A realidade é física, é imanente, e decorre dos desdobramentos da natureza que a suporta. O psicológico, o introspectivo e o mental, decorrem diretamente do físico cérebro que o suporta, sendo este algo plástico, mutável, complexo, múltiplo, falho e, pelo menos por enquanto, secreto aos terceiros, disponível somente, e mesmo assim em sua menor porção funcional, ao proprietário do cérebro que é por si só ator, diretor, e proprietário de si mesmo.

Tudo que faço sou eu, pelo menos de algum dos meus eus. Assim sou responsável pelo que faço e também pelo que não faço e poderia ter feito, sou responsável –elas ações e pelas inações, sou responsável pelas interações e pelas omissões, sou responsável por mim, e por tudo que de mim derivar, independente do psicológico, do introspectivo, ou de meu estado mental. Nem tudo que quero faço, e também nem tudo que faço quero, mas isto não me exime de responsabilidades pela realização de meu viver, ou pela inação em meu viver.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 19/03/2015
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