ESPAÇOS ...

São crateras os espaços que me separam do silêncio …

Dentro de mim move-se um alvoroço fatigante

Constante, que não consigo afastar do meu peito !...

Chego a questionar-me se não será falta de jeito

Ou se será vontade de manter uma vida assaz cortante …

Espaços que me dilaceram o pensamento

Que me soltam e me devolvem ao estado de internamento

Mental !!! … Será a mente que não me liberta a alma?

Será a calma que está na génese do retrocesso?

Porque não cesso de alimentar vida ao espaço?

Porque não o faço? … Porque mantenho esta vil gestão?

Espaços … gestações de incontrolável vivência! …

De turbulência enfeitiçada num lago de interrogações…

Canções, poções, amálgamas de um produto inacabado!...

Espaços … fendas rochosas que me secam o prado.

Ângelo Gomes – 09-06-2007 – 19h20

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 09/06/2007
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