Eu sei

Sabe aquele momento, às vezes, em que você se sente demais? Drama demais, carga demais... Só acho que peso pros outros, peso nos ombros alheios. Atrapalho a leveza das pessoas, das coisas, do mundo. E não é por mal. Juro que já tentei ser mais leve. Na verdade essa tem sido minha meta todos os dias da minha vida. Porra, e foi nisso que errei. Droga de paradoxo, filho de uma ironia! Acordar todos os dias da sua vida com apenas uma ideia em mente - quero ser leve, quero ser leve - no final das contas acaba sendo o oposto do que sua mente possa ter arquitetado. Ela tem mania de se confundir. Eu tempestade, você brisa. As coisas sempre tão simples e boas pra todo mundo, eu sempre tão pesada carregando tudo comigo pra baixo. A vida tão quietinha, descomplicada e sem sentido, só indo e tantas vezes me sorrindo... Eu, tão barulhenta, tão cheia de porquês e buscando sentido em todos os cantos, tão focada em não ser eu que não vi o lado bom do que sou. Coloquei um saco na cara da vida para não vê-la sorrir e toda noite chorava baixinho no meu quarto, sofrendo antecipadamente pela saudade que sentiria caso alguém tirasse aquele sorriso de mim. E no fim, eu é que estava tirando. Ainda bem que deu empate. Eu ganhava e perdia de mim mesma e acabava neutra, zerada. Felizmente, diga-se de passagem, pois só assim aprendi que meu peso pode pender para o bom humor, para as tardes com alguém especial, pela beleza que meus olhos apreciam, pelas palavras lindas que ouço. E acreditem vocês, isso me eleva para o aspecto leve de viver. Bendito paradoxo. Não ignoro os fatos consumados de que o mundo anda complicado, mas não consigo de jeito nenhum duvidar por muito tempo da vida...!

Thainá Mocelin
Enviado por Thainá Mocelin em 09/04/2015
Reeditado em 09/04/2015
Código do texto: T5200101
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