tédio e solidão

O olhar parado, fixo na ausência de movimento

Ao redor apenas marcas do ontem cercado de paixão

Um grito silencioso de socorro ecoa somente pelo vento

A gravidade puxa para onde todo limite é apenas o chão

Aquele brilho de sentimento pela vida perdeu substância

A presença do vazio preenche tudo ao redor

O estômago arde como se quisesse diminuir a distância

E todas as sobras espalhadas pelos cantos se quebraram em dó menor

Esqueço do tempo que teima em contemporizar

Esqueço de mim apenas porque lembrar faz estacionar

Esqueço de esquecer e então volto a me lembrar

E o olhar, parado, fixo na ausência do teu olhar

Rafael Wingert
Enviado por Rafael Wingert em 29/04/2015
Código do texto: T5224645
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