você

Detesto esses dias que você não me olha. O que na parede é tão mais interessante do que nós? Ou somos nós que já não somos tão interessantes assim? O que aquele branco do teto te diz? Às vezes queria saber exatamente a verdade quando te pergunto o que está pensando e você, do pior jeito possível pra esconder, me diz "nada". Olha, se tem uma coisa que eu aprendi contigo, é que os piores problemas são esses mascarados por uma palavra tão pequena, mas com enorme significado. Dos meus erros tão iguais nascem cortes que nunca cicatrizam em você. E minhas desculpas já são só palavras. Detesto esses dias em que nada se resolve e tudo vira problema. E, ainda assim, eu acredito no que temos. Relembro momentos, recordo sorrisos, beijos. Os carinhos tão de graça ou as graças para ganhar carinhos. Revejo como, quando e onde eu me apaixonei, você quis ficar e nós dois nos acertamos. É nesses dias que parecem vazios e cheios de dúvidas que renovo a certeza de que até as fases ruins podem ser boas. Que nada nos afaste, e que, inclusive, as dificuldades nos unam mais ainda. Continuo detestando esses dias, mas os mares não vivem só de calmaria. Quem dirá o amor.