Protesto contra o barulho

Será que alguém pode enquadrar a Prefeitura na Lei do Psiu?

Porque os caminhões de coleta de lixo, e especialmente o de lavagem de ruas fazem um barulho comparável ao do aeroporto. Em dias alternados eles vêm lavar a minha rua de madrugada, e mesmo estando eu no sexto andar, a impressão é que tem uma betoneira ligada na sala.

Talvez a lei do Psiu seja mais uma aplicação da velha fórmula de utilizar-se de um pretexto legítimo, no caso a proteção do sossego público por meio do silêncio, para encher os bolsos de alguns agentes públicos, e esvaziar os do público em geral. Que se durma com um barulho desse.

Na semana passada, depois do alarme de um scooter disparar por duas horas seguidas por obra do destino, enquanto eu, doente, tentava descansar, procurei um filme com Tim Robbins no papel do protagonista, um ativista que utiliza-se de meios não convencionais para combater a agressão que os barulhos provocam contra os seres vivos residentes nas metrópoles, assisti e me identifiquei com ele.

Mais um detalhe, no Brasil, esse filme foi rebatizado de "Noise" para "Passando dos limites", que tira o foco do objeto de discussão do filme, que em tradução literal seria "Barulho", para o julgamento sumário e retrógrado das atitudes de um personagem inspirado em uma história real, que utilizou-se da única forma possível de se proteger dos ruídos nocivos.

Recomendo este filme a todos os amantes dos próprios ouvidos. E amanhã mesmo eu vou comprar um tampão para os meus. Não posso esperar o desenvolvimento da consciência alheia pra poder dormir em paz.

O sono é um dos pilares da saúde. Durmam bem.