Na quietude das paredes

Subo e desço escadas

desvaneço em tuneis de ecos

recolho frases e palavras

na quietude das paredes

onde escrevo reticencias suspensas

risco e rabisco as arestas do universo

tentando tocar o incenso de mirra

que coagula no sangue das minhas mãos

deixando cair meus versos sujos de mim

no chão espelhado de pétalas

delineando o sentido desse aroma perfumado

da inconstância do tempo

nesse meu calendário sem virgulas

sem circunflexos...

Adriana Magalhães
Enviado por Adriana Magalhães em 15/05/2015
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