DA IMAGEM DE DEUS À ESSÊNCIA DO HOMEM...

Como poderíamos imaginar o Infinito? Como poderíamos imaginar a mais pura e verdadeira expressão do Amor e do Bem eterno? Como poderíamos imaginar a mais singela tradução da pureza? Como poderíamos imaginar um estado absoluto de Perfeição? Como poderíamos imaginar um Espírito perfeito, eterno, sumamente bom e infinitamente sábio? Como poderíamos imaginar Alguém que existe por si mesmo e “É aquele que É”, pois sempre foi e sempre será?

Mais ainda; como poderíamos imaginar alguém que nunca conseguiríamos enxergar, ouvir ou sentir através de nossos cinco sentidos?

Estar em tudo e em todos; Ser tudo em todo o tempo, Ser presente; sem origem e sem fim, pois É assim... Como assim?

A fonte jorra a água pura e cristalina, e não a vemos; vemos apenas a água que dela vem, e temos consciência disso.

As Estrelas emanam luz e não as vemos; apenas percebemos o reflexo de sua luz, e temos consciência disso.

O ar que respiramos nos mantém vivos e não o vemos, apenas percebemos o efeito dele em nós, e temos consciência disso.

Nossa realidade não é construída através daquilo que vemos e sim é daquilo que imaginamos. É partindo de nossa percepção da realidade que formamos nossa representação de mundo, e muitas vezes não temos consciência disso.

Por exemplo, imagine uma casa e preste atenção em todos os detalhes desta idéia... Após perceber minuciosamente todas as formas, cores, localização, tamanho, curvas e retas, etc., desenhe esta casa em uma folha de papel... E perceba se conseguiu desenhá-la exatamente igual àquela que estava representada em sua imaginação.

Por mais que você não tenha conseguido fazer um desenho exatamente igual (o que seria impossível), uma coisa você conseguiu: "materializar" uma idéia.

"Materializar" uma idéia é diferente de dizermos que esta matéria é real, pois a realidade estava em sua imaginação e o desenho é apenas a expressão desta realidade.

Então, realidade é aquilo que vemos fora ou dentro de nós?

Uma casa existe quando existe antes de existir. Ou seja, a existência reside na imaginação, na idéia. A matéria “concreta” é apenas o resultado desta existência.

Uma vez concreto ou material, podemos perceber através de nossos cinco sentidos; podemos ver uma casa, tocá-la ou ouvir os sons ao fechar uma porta... Tudo isso acontece fora de nós, graças a antes ter acontecido dentro de nós, em nossa imaginação.

Muitas coisas, porém, estão dentro de nós, acontecem, imaginamos e percebemos e não podem ser transformadas em matéria. É o caso de nossas crenças.

Nossa existência reside em nossas crenças. Nossas crenças são a origem de todas as coisas visíveis; estas existem porque antes acreditamos nisso.

São as nossas crenças que nos permitem à existência de nossa imaginação, de nossas idéias dentro de nosso cérebro e em conseqüência a materialização destas idéias através de nossa capacidade de torná-la concreta, material e visível, através de nossos comportamentos externos, para depois podermos perceber através de nossos cinco sentidos, aquilo que antes era apenas uma questão de fé, e a existência desta fé gerou um fato concreto, pelo fato de acreditarmos nisso.

Poderíamos dizer metaforicamente que esta é uma comunicação entre o invisível e o visível. O que antes era invisível tornou-se visível, pela permissão que gerou a motivação para fazê-lo.

Podemos ir mais longe ainda, perguntando-nos: “Existe algo que podemos percebemos com nossos sentidos sem que antes tenha sido imaginado?”

Voltando no tempo... Houve épocas em que não existia televisão, carro, rodas, casas... Voltando ainda mais no tempo... No início dos tempos, nada existia, a não ser a própria criação da existência... E voltando um pouco mais... Nada existia, a não ser a Própria Existência...

Renè Descartes sabiamente disse: “Penso, logo existo”; ou seja, o pensamento gera a existência.

Antes de existirmos em carne e osso, fomos imaginados por Alguém, e este Alguém é Deus; e se Deus é puro espírito, é em espírito que somos semelhantes a Ele.

Partindo daí podemos entender que nosso lado humano, nossos cinco sentidos, nossa percepção de mundo material é apenas uma referência para que possamos situar a nossa essência no tempo e no espaço em que vivemos materialmente, é um estado temporário.

E o que nos move, mesmo que muitos de nós não possamos perceber conscientemente, é o nosso espírito (esta é nossa essência), que anima nosso corpo através de nossa alma. Esta é a ligação entre Tudo (Espírito de Deus), a nossa essência (idéia do Espírito de Deus) e o nosso estado humano (materialização da idéia do Espírito de Deus).

Se pudéssemos, quem sabe, por alguns instantes, como se “desligarmo-nos” de nossos cinco sentidos... Fechando os olhos... Parando de prestar atenção a tudo que acontece fora de nós e voltando a atenção para dentro... Prestando atenção apenas em nossa respiração... Ouvindo apenas o que brota do fundo de nosso coração, de nossa alma, de nossa essência... Esquecendo, por alguns instantes, tudo que aprendemos até agora... Para nos ligarmos à sabedoria maior de nosso espírito... Pedindo permissão a nós mesmos para podermos ver uma imagem daquilo que antes poderia ser inimaginável...

Saia de seu estado temporário e entre em um estado permanente... Quem sabe a imagem de nossa essência... A ligação de nossa fé com a Suprema criação desta fé... O que você poderia estar vendo agora?...

Que tal experimentar fazer isso agora?...

Se você conseguiu “desligar” momentaneamente de tudo aquilo que lhe é conhecido conscientemente e ligou-se àquilo que antes era conhecido apenas inconscientemente, você pode ter tido alguma imagem diferente... Esta imagem é só sua; guarde-a para si.

Deus é sobrenatural e nos deu um corpo natural temporário e uma alma sobrenatural permanente, portanto, quando nos desligamos totalmente da matéria (em pensamento) e prestamos atenção somente à comunicação de nossa alma, poderemos estar em contato com Deus, que permanece em tudo.

E se também temos nosso “lado” sobrenatural, o que estamos esperando para conhecê-Lo? Até quando iremos adiar este encontro? Estaríamos adiando o inevitável.

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e para que possamos acreditar nisso um pouco mais a cada dia, basta abrirmos os olhos de nossa existência, para vivenciarmos a fantástica lembrança de nossa alma e a ligação dela com a nossa essência e como Infinito.

É nossa fé que nos movimenta àquilo que escolhemos imaginar e ver.

Aqui apenas estamos, pois o único que realmente É, é Deus.

Deus revelou-Se a nós, através de Moisés, dizendo: “Eu Sou quem Eu Sou.”

"Ser" é algo presente, um estado permanente e atual que não tem passado nem futuro, é constante (manter-se), interminável (demorar-se, conservar-se, permanecer ocioso) e imutável (inativo, permanecer fixo).

E se Deus que É, e por isso está em tudo, basta desejarmos sua presença, conforme Ele nos criou: puros, limpos e vazios em nossa essência; e neste estado permanente conseguiremos perceber a nossa pálida imagem à Sua semelhança. É quando trocamos aquilo que vemos em nosso estado temporário e concreto, por aquilo que não vemos e acreditamos em nosso estado permanente e real.

É quando começamos a entender a verdade de nossa essência, a transmissão que possibilita a nossa existência.

Deus é a existência, e nós somos o resultado da idéia e do amor da existência de Deus, que Se comunicou em nós e a nós.

Como deveríamos então nos comunicar com Ele? Como seria uma “melhor e mais pura idéia”? E quais poderiam ser os resultados dessa nova comunicação em nossa vida? Como estaríamos direcionando nossas atitudes, partindo de uma visão infinitamente ampla e ilimitada de nossa essência verdadeira?

Miguel Fernando
Enviado por Miguel Fernando em 24/05/2015
Reeditado em 24/05/2015
Código do texto: T5252827
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