PASSA O TEMPO...

Alma, irmã mais nova de outra alma que envelhece

Árvore na charneca onde descanso e pouso

Imaginando como será o último repouso

De alguém que deseja a morte e a não merece

Passa o tempo das primaveras e das mágoas

Dos olhares que rasgavam horizontes

Dos corpos ágeis que subiam montes

Esgotam-se os sorrisos levados pelas águas

Ares contaminados que apressam moribundos

Pessoas que gritam pela entrada noutros mundos

Uma vastidão de gente que à oligarquia causa asco

Passa o tempo e as rugas cavam rostos de tristeza

Várias gerações passaram a comer à mesma mesa

Até que a morte os leve decapitados pelo carrasco

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 25/05/2015
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