PASSA O TEMPO...
Alma, irmã mais nova de outra alma que envelhece
Árvore na charneca onde descanso e pouso
Imaginando como será o último repouso
De alguém que deseja a morte e a não merece
Passa o tempo das primaveras e das mágoas
Dos olhares que rasgavam horizontes
Dos corpos ágeis que subiam montes
Esgotam-se os sorrisos levados pelas águas
Ares contaminados que apressam moribundos
Pessoas que gritam pela entrada noutros mundos
Uma vastidão de gente que à oligarquia causa asco
Passa o tempo e as rugas cavam rostos de tristeza
Várias gerações passaram a comer à mesma mesa
Até que a morte os leve decapitados pelo carrasco