DA JANELA DA SALA DE AULA (ACABADO POR HORA)

DA JANELA DA SALA DE AULA, EU VIA MINHA CASA E O CAMPINHO. TUDO ERA VERDE AO REDOR.

UM RIACHO COM ÁGUAS CRISTALINAS FLUÍA LOGO AO LADO, BEM LIMPINHO.

ÁGUAS QUE MATAVAM NOSSA SEDE NOS INTERVALOS ENTRE OS JOGOS.

EU PODIA ATÉ DIFERENCIAR CADA UMA DAS CRIANÇAS QUE ALI ESTAVAM, E IMAGINAVA A ALEGRIA DAQUELE MOMENTO, DAQUELA DISPUTA CALOROSA, ALI ELES IMAGINAVAM CADA QUAL O SEU ÍDOLO PREFERIDO, E ALI ESTAVAM REUNIDAS DUAS DAS MAIORES SELEÇÕES DE TODO O MUNDO, DE TODOS OS TEMPOS.

E EU ALI PRESO, NÃO OUVIRA UMA PALAVRA QUE A PROFESSORA DISSERA, ESTAVA ALI NO MEIO DAQUELA PELADA EMOCIONANTE, SÓ UMA COISA ME ATRAIA NA SALA DE AULA, ERA O PERFUME DA PROFESSORA, ESSE ME TRANSPORTAVA A UMA LUGAR QUE AINDA NÃO CONHECIA O MUNDO DOS AROMAS, E ESSE AROMA TINHA O PODER DE ME TRANSPORTAR DALI, NÃO QUE ISSO SEJA DIFÍCIL, QUALQUER LUGAR LONGE DALI ME PARECIA O MELHOR LUGAR DO MUNDO. MUNDO QUE EU NÃO CONHECIA, NÃO SABIA O QUE HAVIA ATRÁS DAQUELA MONTANHA QUE MINHA VISÃO ALCANÇAVA.

ALÉM A ALGUNS QUILÔMETROS DE MINHA CASA MINHA VISÃO SEMPRE FIXAVA EM MEIO A UMA FLORESTA DE ARVORES GRANDES NUM VERDE ESCURO, UM DESCAMPADO DE GRAMAS VERDES NUM TOM MAIS CLARO SE DESTACAVA. ONDE HAVIA UM CASEBRE DE COR BRANCA BEM SIMPLES. HAVIA UMA LENDA QUE UMA CRIATURA DE TRÊS PERNAS FORA VISTA CRUZANDO O GRAMADO. PORÉM EU NUNCA O VIRA, E POR ISSO ESTÁ PAISAGEM ME PRENDIA E CATIVAVA AINDA MAIS.

UMA MONTANHA PRENDIA MAIS A ATENÇÃO PELA SUA MAJESTOSA ALTIVEZ. REINAVA SOLITÁRIA ACIMA DAQUELA EXUBERANTE PAISAGEM. SEU CUME PENETRAVA CORTANDO AS NUVENS DE TÃO ALTA QUE ERA, EU SONHAVA EM ENFRENTÁ-LA, VENCER SUA ALTIVES , DOMINANDO-A NUMA ESCALADA POR ENTES SUAS ROCHAS E SEUS DEGRAUS GRAMADOS QUE SE PODIA VER COMO QUE OÁSIS NO DESERTO, ESTES VÃOS PODERIAM SERVIR PARA DESCANSAR DURANTE A ESCALADA .

E NUM FUTURO NÃO MUITO DISTANTE LA ESTAVA EU. SUBI O MAIS ALTO QUE PUDE DESTA MONTANHA, ONDE NÃO SE PODE SEGUIR NEM VOLTAR, ESTAGNADO, PERDIDO, APAVORADO TENTO ME AGARRAR.

ELA QUE SEMPRE ME ATRAIA TANTO, ME TRAI COVARDEMENTE, SE TORNOU ALGOZ TENTA ME DERRUBAR.

UMA QUEDA LIVRE IMENSA SEM VOLTA UM ABISMO PROFUNDO, DONDE NINGUÉM PODE ESCAPAR.

AS FORÇAS QUE AGORA FOGEM DE MEUS MEMBROS, QUERENDO ABREVIAR UMA FATÍDICA DECISÃO DE ME SOLTAR.

OS SONS SE MISTURAM, A VOZ DO VENTO A RESSOAR NO ABISMO, AS AVES DE RAPINA À ESPREITA GRITANDO PRA PULAR, SÃO JUNTAMENTE À MONTANHA ALGOZES ALIADOS ESPECTADORES, À ESPERA DO FINAL CATASTRÓFICO ESPETACULAR.

SOL, AVES, ABISMO, MONTANHA TODOS GRITAM, NA MINHA CABEÇA SONS SE MISTURAM ESTRIDENTES ENTRELAÇADOS CONFUNDINDO MINHA MENTE, O PÂNICO SE FAZ PLENO, A QUEDA SERIA A SOLUÇÃO NO MOMENTO, ACABARIA-SE O TORMENTO.

DE SÚBITO TUDO SE FAZ SILÊNCIO.E SUBITAMENTE ENVOLVIDO POR UMA FORTE LUZ BRANCA, DE UMA PAZ QUE SEI NÃO ERA DESTE MUNDO, MINHAS MÃOS COMEÇAM A TATEAR A FRIA PAREDE. DE REPENTE UM APOIO. E COMO QUE SEM O PESO DA GRAVIDA MEU CORPO É PROJETADO AO CUME. ROLAVA NO GRAMADO. COM A FORÇA DO ARREMESSO , ALI PERMANECI POR HORAS. PARADO A VISUALIZAR O CÉU, AS NUVENS, EM SINTONIA COM AQUELE MOMENTO MÁGICO QUE ATÉ HOJE EU NÃO ENTENDO O PORQUE SÓ AGRADEÇO POR TER TIDO MAIS UMA CHANCE, DE VOLTA AO PRESENTE E A JANELA.