A Procura...
Ela procurou pelo amado, desejando encontrar aquele olhar de cumplicidade, que quando se encontravam expressava o querer, a urgência e o desejo. Quando o encontrou, percebeu sem direção que já não tinha a mesma busca pelo seu.
O sorriso que indicava a malícia, o pensamento solto e o desejo contido, já não eram mais os mesmos. O sorriso tornou-se sem graça, e já não se percebia aquela mordida no canto dos lábios.
As mãos do toque suave e preciso, que exploravam cada centímetro do desejo que ela fazia questão de não esconder estavam imóveis como se aprisionadas no bolso da calça.
O colo que outrora quente, refúgio perfeito naquelas frias tardes de outono, já estava frio, sem aconchego, sem o convite gostoso do: “Fica mais um pouquinho”!
Os braços fortes que a envolviam num abraço de encaixe perfeito, agora já estavam frouxos, sem o desejo de segurar.
Os beijos “calientes”, demorados que a faziam perder o fôlego, tornaram-se rápidos e sem paixão.
As noites longas e intensas de prazer numa sintonia perfeita, tornaram-se sonolentas, preguiçosas e substituídas por um filme qualquer.
Pelos sinais que os dias vinham revelando já não havia o “nós” e sim o eu..