Apesar de tudo. Depois de tudo.

"E foi naquele seu sorriso semi fingido que pude notar o quão desprezível minha presença se faz em sua vida.

E foi naqueles olhos semi cerrados que pude sentir o quão ignorada eu estive sendo pela sua realidade.

E foi naquele escárnio sussurrado disparado ao vento e perdurado até mim que pude sentir o torpor ludibriante e alusivo do que vem a ser sofrer por amor.

E foi naqueles gestos debochados que pude sentir-me verdadeiramente sozinha, independente de tudo.

E foi naquela solidão, devido a sua ausência, que pude notar o quão monocromática minha vida pode ser.

Mas foi quando ouvi sua voz, que meu coração se acelerou abruptamente, sem intenções de se acalmar.

Mas foi quando vi seu sorriso, que encontrei um motivo para sentir-me feliz.

Mas foi quando peguei seus olhos fitando os meus, que reconheci minha noite estrelada à luz do dia.

Mas foi quando sua mão tocou a minha pela primeira vez, que as frases prontas deixaram de existir.

Mas foi quando você entrou em minha vida, que eu realmente me senti viva."

(Perdições mil em devaneios por pensamentos ao seu encalço. Cecília Rochet, a razão de minha existência)

(Doragon Higurashi).