"Nos"

Dedos soltos e calejados

Correm além dos teclados

O erro faz ir e vir a composição

Apago e imagino uma nova criação

De sorrisos de mais amor

Liberdade, sem pudor!

O rítmo alucinante pulsa intimamente

A presença do etério ser da gente

Palavras que vingaram a construção do ser

Animais se comunicam sem ao menos as conhecer

A presença de sí próprio, sempre inata

Ao som de poesia ou qualquer uma, serenata

Onde vivi, vi que a chuva existe e consome

A enchente começa, a cidade as vezes dorme

Mas a cidade sou eu? Ou minha mera ambição

Capitais e capitais ligadas pela canção

Do cantoleiro mágico, com tom de voz perfeito

Do Além, fez-se amigo, sabedor e perito

De coisa alguma ou do nada que existe a sua volta

Como o lindo riso de uma criança solta

Sorrindo o melhor que pode, sem medo de ser feliz

Pois da vida, eternamente, será eterno aprendiz

Sem cabeça, nem começo, coço

As têmporas, menino, moço.