Oitavo Andar

Meus olhos se perdem em meio à multidão, minha mente dispersa se vaga perante as diversas lembranças e sentimentos.

É tão obvio a loucura querendo tomar de conta do meu ser que chego a me imaginar pulando do oitavo andar e desligando tudo o que eu posso chamar de tristeza.

Meus olhos me entregam e mesmo sem forças eu consigo disfarçar o que muitas vezes tenta tomar de conta. Eu nunca sei quando estou errada e quando estou certa, e fico a me martirizar, tentando enxergar e ver onde eu errei, onde fui capaz de deixar o meu lado humano agir, nem sempre consigo enxergar.

Estou cansada de depositar nas pessoas aquilo que eu gostaria de receber, estou cansada de procurar a perfeição, de ser o melhor, de fazer o melhor... Jamais vou conseguir, as minhas falhas e erros são maiores, são absurdas e pesadas... Mas eu não desisto.

A jornada tem sido cansativa demais, tem sido humilhante, frustrante e escura. Queria ao menos poder olhar para o alto sem medo, poder entender as coisas e as pessoas de forma mais linda, como são capazes de me ferir desse jeito? Como conseguem me ver sangrar e passar por cima como se nada tivesse acontecendo? Como não conseguem olhar para os meus olhos e interpretarem a palavra socorro? Meu grito está abafado, porém alto, e mesmo assim os ouvidos não ouvem, e o silêncio continua meu melhor amigo.

Beatriz Uyara
Enviado por Beatriz Uyara em 09/06/2015
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