Mais, cada vez mais..

Sinto-me quieta, inerte, escondida num canto, enquanto a atividade ao redor não cessa, o barulho parece alimentar a cidade. Sou um bicho do mato meio assustado com o ‘progresso’. Um passo em falso às obrigações que me impuseram. Quem foi o primeiro a abafar meu choro, a tomar-me o desespero? A placenta protegia meu sangue, e o rompimento, um tropeço. Ninguém se responsabiliza pelo atropelo do outro, todos estão em congestionamento, adoecendo o ar, respirando erroneamente . Quem somos, pois, neste mundo? A aberração (destrutiva) da natureza, a loucura de uma conspiração alienígena, ou a movimentação que não cessa vidas? Sejamos todos únicos em multiplicidade. Sejamos marés, luas, sentimentos e animais. Sejamos mais em esperança, gratidão, equilíbrio. Verdadeiramente sagrados, inteiramente integrados como o vento.

Shauara David
Enviado por Shauara David em 11/06/2015
Reeditado em 11/06/2015
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