Assombrada

Assombrada e destruída eu não quero me trancar por dentro, não quero aprisionar meu coração na imensidão da minha tristeza, onde vozes tentem me convencer o tempo todo.

Não, essas vozes deveriam silenciar-se, meus pensamentos deveriam se aquietar, mas não dá, surgem imagens do meu corpo aqui.

Não posso e não quero dessa vez deitar no fundo do poço novamente, eu não consigo me enxergar a beira da morte novamente, não eu não vou chegar no lugar de onde demorei pra sair.

O fundo é tão vazio ele é tão escuro e obscuro, tão profundo que o meu grito de socorro se perde antes de mesmo de alcançar a beira.

Meu interior está devastado cheio de praga como uma virose qualquer, mas essa maldita peste é apenas a minha tristeza infinita, esse mar carregado de dor e dúvidas, só me deixam ainda mais medrosa.

Chega, eu já não consigo mais andar, o meu subconsciente não se cala um minuto se quer, não consigo mais escutar o que meu coração me pede para fazer, não dá, estou cheia de mim mesma, eu só vou me afastar, até essa dor passar.