Talvez uma taça de vinho

Para tudo. Quero descer só um pouquinho.

Dar uma volta ali na esquina, respirar o ar que está ficando tão escasso.

Esqueça tudo, deixe de falar meu nome em vão. Preciso de um tempo para colocar o pé na areia, ler velhos livros, ouvir aquelas músicas e acreditar nos mesmos sonhos de sempre.

Não comente nada, nem peça explicação. Deixe-me quieta por um momento ou por toda a vida, não sei.

Preciso mais de menos questionamento, menos confusão.

Feche a porta, apague a luz, fique em silêncio. Dê-me um beijo de boa noite, de bom dia, de despedida, de compreensão. Tanto faz.

Preciso de ar, de janelas e portas, de chaves que abram algemas da alma, outras que tranquem velhos fantasmas.

Silêncio. Talvez seja a palavra do dia. Talvez seja a ordem no caos. Talvez seja por fim a explicação.

Não há nada de novo no mundo, nem nas falas tão minhas.

Às vezes é preciso apenas um pouco de calmaria para que a fé retorne e a crença seja a mesma de quase todos os dias.

Até lá, um bom vinho italiano faria alguma diferença nesta situação.

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 23/06/2015
Código do texto: T5287037
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