Sem Essa...

Fora do tempo brincava na realidade

a soma certa do pensamento adiantado

a velhice vivia mais cedo

para não morrer esperando a morte

a mocidade ficou para trás

na memória que fugia pelos tempos

Brincava de magia, criava fogos de artifício

refletia de várias formas as formas de caminhar

andava as cegas, vendo tudo o que podia

e o que faltava, criava, de forma natural

O mundo, na época da tecnologia e informação

tinha poesias e livros, carros e máquinas inteligentes

o amor mútuo deu vida as coisas, e as coisas viviam em nós

mas em poucos, a perseverança da verdade etérea era vista

as vistas, ágeis e treinadas, seguiam o olhar

calmo, doce, com rugas sobre as sobrancelhas

a tensão que adquiri ao caminhar

pouco a pouco se esvaia pelos dedos

Estes, tão moços, eram para lá de adiantados

comiam as letras, os corpos, os sensíveis toques

desprezavam a própria vontade de quererem

menos ciência, e mais vida em transformação

Paraninfo da poesia instalada no ser

Será que dela se desapegaria

pobre emoção essa que esperava

a pressa do que passou e ainda existia