O veneno e o remédio dependem da dose

O veneno e o remédio para o viver dependem da dose.

Quando alguém precisa de um remédio para se libertar de uma enfermidade, toma-se um remédio. Entretanto, ao tomar um remédio em demasia, pode-se até morrer por excesso de remédio porque o remédio, nesta ocasião, virou um veneno. Mas quando se toma o remédio na dose certa, o remédio o livra da enfermidade.

Na vida também é assim. Fazendo uma analogia do veneno e do remédio com a vida, podemos dizer que se vivemos uma vida subhumana estamos abaixo do remédio que precisamos no dia a dia e não vivemos bem porque sempre estamos debilitados. Todavia, se vivemos uma vida superhumana estamos acima do remédio e estamos numa zona perigosa, com um risco de sofrermos alguma avaria porque estamos sendo envenenados diariamente.

A sagrada filosofia faz uma grande distinção entre viver abaixo do que é normal e viver acima do que é normal.

Note bem, a filosofia advoga a decadência quando se tende para um dos lados do "espítito da existência". Por exemplo, o correto para a filosofia é o antigo e o novo, mas quando se tende para velho(palavra pejorativa) ou se tende para a novidade, estamos despresando a normalidade. O velho parece que é ultrapassado, não serve mais, é obsoleto. Já a novidade despresa o novo porque é algo que a sociedade valoriza. Quando temos um celular que já completou um ano de vida e surge uma novidade: um modelo mais novo. Logo somos empelidos a desprezamos o antigo e ficamos com a novidade.

Um outro exemplo de fulga do "espírito da existência" ocorre quando a pessoa não é mais um indivíduo e nem mais é considerado como membro de uma comunidade. Isso é a normalidade. No entanto, quando o indivíduo tende para o individualismo, ele está saindo da naturalidade e tendendo para o seu eu; está saindo do indivíduo na sua plenitude para o seu eu, seu ego. Por outro lado, quando o indivíduo não é mais considerado como um membro da sociedade, ele é considerado como um membro de uma massa; alguém que está envolto e pertecente a cultura de massa, a um grupismo.

Ainda assim, digamos que o indivíduo foi considerado como, no caso da mulher, feminina, e no caso do homem, masculino. Quando a mulher passa a ser uma dondoca ou passa a ser uma machão, logo ela está saindo da normalidade da vida, do "espírito da existência". Também quando o masculino passa a ser um machista ou um efeminado, logo ele está saindo da normalidade da vida, do "espírito da existência".

A dose para o viver deve ser medida nos momentos da nossa convivência com nós mesmos e com os outros. Quando tendemos para fora da normalidade, do "espírito da existências, estamos tão somente entrando em um estado de decadência.

Não podemos ter uma vida light ou diet. Mas também não podemos ter uma vida hipervitaminada, uma vida acima do peso. Devemos ter uma vida de peso.

O veneno e o remédio dependem da dose que tomamos. Mas quando não tomamos atitudes guiadas pelo discernimento, conhecimento de causa e tudo aquilo que nos ajuda a tomarmos decisões corretas, tendemos para um lado em que não deveriamos tender e que fica difícil voltarmos para o caminho correto.

Por tanto, vamos beber, não a cicuta que matou Sócrates, nem um plascebo que não nos cura(ilusões da vida, o maia para os hindus), mas a medida correta para vivermos uma vida equilibrada, harmoniosa em todos as suas manifestações.

Filósofo místico
Enviado por Filósofo místico em 18/06/2007
Reeditado em 18/06/2007
Código do texto: T531594