Mortos odoríferos

Mortos odoríferos

Existe um louco, um cardeal universal.

Com domínios corrosivos e mortíferos.

Reconheço seu disfarce quase natural.

É um desses mortos vivos e odoríferos.

Um espectro um frade, um quase sábio.

Ele percorre nova ideia heterogênea.

Move em gestos doces e leves nos lábios.

Emblemático junto, sem nenhuma fêmea.

Mil ideias pré-prontas sem certo ideal.

Tem um fio longo, parece algo certo.

Perde o fio em fenômeno desnatural.

Assim vejo bernes mortos e bem perto.

Estou com cólica sem romã e ansioso.

Perdi o sentido no escuro ao olhar ela.

Obra viva, roubada do pobre medroso.

Sigo meio obsoleto e triste adeus janela.

O NOVO POETA. (W.Marques).