MUITOS PENAMENTOS...

Só refletindo...

O que posso perder? O controle?

Não creio, pois creio que não tenho o controle de nada!

A liberdade? Como a perder se não a tenho, ninguém a tem, pois ela nos escraviza... Sempre “atuante” no seu papel de Maya em mim, em nos...

Ilusão, essa sim perdi. Quando descobri que não tenho nem controle nem liberdade. Perdi a ilusão quando percebi que não tenho lugar no mundo que criei. Percebi-me uma estranha no meu próprio ninho... E o único remédio que encontrei, foi abrir mão da minha dita, “soberania” de vida... Foi abdicar de meus conceitos, pois afinal, me pergunto: Porque tenho que conceituar tudo, explicar tudo? Resolvi viver na igualdade que nivela a todos os seres viventes, a mortalidade! Vivo um dia de cada vez... Viver na igualdade me humaniza, e faz com que eu me enxergue integrante da raça, pertencente a ela, com seus erros e acertos, alegrias e tristezas, qualidades e defeitos... Só assim, voltei a fazer parte do mundo, apesar de ter meu recorte de realidade, mesmo tendo perdido a ilusão... Ainda “sou” parte de um organismo vivo chamado Terra... Encontrei-me nesta realidade minha, nossa!

Só refletindo...

O que me deixa nervosa? O jogo... Joga-se o tempo todo na vida, e eu nuca fui boa jogadora, em nada! A quem agradar para conseguir o que quero? Aprendi a duras penas que, a mim mesma, claro, sem perder a noção da existência do outro... Não pretendo passar por cima de ninguém, no máximo, vencer de forma igualitária, justa, ou perder é óbvio, pois na vida nem sempre se ganha, e a gente sempre aprende essa máxima de uma forma ou de outra... Utopia? Não, é vida real!

Solidão é uma de minhas realidades... E neste recorte, quase sempre termino ferida, por que ou por quem, não necessária mente nesta ordem, mais sempre pelo mesmo algoz, o desamor. Este a ferir-me de morte, pois revela a sua face nas atitudes, as mais cruéis que o ser humano é capaz, mesmo quando diz que ama... Mesmo quando envolvido num beijo repleto de ardor, amor...

Beijo sinónimo de afeto? Nem sempre...

__ Definição difícil Diu, busco uma palavra até agora para conceituar beijo.__ ( recorte meu...)

E o beijo dado por Judas? E o social? E do homem-mulher que trai? E o capcioso beijo no canto da boca? No umbigo? Estes vão levando uma mensagem de quero, mais não posso? Ou quero e estou chegando? O beijo na testa em seu simbólico gesto de respeito ou o dissimular do mesmo? ... Tantos beijos dados, sem essência do que seria o gesto em si...

Pessoas e beijos são assim!

Escondo-me na minha Solitude da minha solidão e de muita gente por medo de ser eu mesma e não agradar... Ou revendo a atitude, revelo minha multiplicidade para a escolha que mais aprouver, pois gente me fascina e assusta, mas como o fogo eu não consigo ficar longe, adoro o aconchego do calor que me invade sempre que me aproximo!

Pessoas estranhas podem me ferir em minha humanidade, mas as que aprendi a amar, me atingem na alma...A dor é tão aguda como quando me sinto solitária com as minhas próprias ideias... É bem doloroso!

Só refletindo...

Olhando esse mar que se derrama em luz, como prata derretida bem na minha frente e faz a festa dos meus olhos...

Remeto meu pensamento ao amor... O amor tem um que de mar... Algo que se move sozinho... Num movimento que muda de acordo com as “marés”... Nossas muitas fases.

Tenho no peito, neste instante, um mar revolto e brilhante... Uma expectativa por olhos que me devorem, com a mesma intensidade que os meus, devorando esse mar...

Devaneando agora, recordo-me de ter lido em “Mulheres que Correm com lobos” livro muito peculiar, que alguém me indicou a leitura quando me separei há cinco anos, um trecho que diz: “Estou voltando do enterro de meus mortos...” Assim me sinto quanto aos meus sonhos amorosos...

Percebo que alguém pegou o meu horizonte e transformou numa linha minúscula... Sinto que alguma coisa se partiu dentro de mim, se espatifou; só restaram os cacos... Penso ter sido a imagem do amor... Tento reconstruir, reagrupando os pedaços, colando-os nas minhas tímidas tentativas de restauração... Mas as cicatrizes me lembram de que não “estou” mais inteira, e essa parte minha está fazendo falta ao meu todo...

Por vezes, não me sinto só... Quando alguém me faz descobrir num olhar, o cuidado, a proteção...

__ Jó, um “cuidado amoroso”...__. (recorte meu...)

No momento em que meu pensamento-sentimento desistiu de encontrar o algo mais que dá sentido a vida... Quando o companheirismo parece um sonhar distante da minha realidade, e mais uma vez a ilusão me abandona levando consigo a esperança, e triste, eu sinto esse olhar em mim... Quem o lança me resgata, me alicerça, me faz prosseguir.

Tantas pessoas... Cada uma num contexto de minha vida me abençoou com esse olhar...

E a mim pareceu-parece sempre, uma corda, atirada no precipício em que me encontro no momento... Uma salvação, uma forma de voltar à superfície de mim... E tocar-me sentindo que ainda há vida se volvendo em meu ser-sentir...

Só refletindo...

Eu sempre busco a intenção em cada gesto alheio, sinto, sempre há... Sequelas de minhas desilusões? Talvez. Quem sabe, talvez intuição... Enfim, vai-se saber!

Só sei que procuro sempre ler os olhos das pessoas que me cercam... Posso ver o tom apático, nublado pela desilusão, receio, desconfiança, inveja... Ou o espelhar de vida refletindo vida, o brilho de um sol interior intenso, ou mesmo uma galáxia, há, nesses olhos eu mergulho de cabeça e me deixo vagar encantada... É tão presente essa sensação! Sempre dá para ouvir música ou gritos no silêncio dos gestos... Bela é a sinfonia do não verbal! Por vezes fúnebre é bem verdade, como a decida de Perséfone ao Hades pelo rapto sofrido, ou canto ao retorno a superfície da mesma, quando a deusa traz a primavera aos campos...

Lenda, mas é tão lírica a sensação que causa em mim...

E aqui divago: __Pedir folhas de manjericão...__ (outro recorte meu...)

Simples como uma extensão singela do próprio gesto...

Ou

Gesto estudado no ato, ao descobrir no simples, uma armadilha para um atento olhar? Fascinante tentar entender, acompanhar o desenrolar... O que a vida nos prepara a cada nova esquina em que viramos!

Observadora de mim, pergunto-me: Porque mergulhar no abismo?

E me respondo: Sem sombra de dúvidas, porque, ao chegarmos muito próximo do “ABISMO” (já ouvi esta máxima de muitos lábios...) ele também nos olha, e nos chama de forma a encantar, enfeitiçar, aguçando nossa curiosidade... Acenando com seus perigos e segredos, quem jamais resistiu? Que alma não mergulharia? Respondo: As prudentes! Eu mergulhei, pois “estar” prudente não é o mesmo que “ser”... Eu estou, ainda não sou...

Triste alma desavisada a minha!

Desintoxicação necessária: ESPIRITUAL

MORAL

INTELECTUAL...

Resumo...

Apaixonada!

Observadora
Enviado por Observadora em 28/07/2015
Reeditado em 16/01/2016
Código do texto: T5326391
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