Título é um campo obrigatório?

Você me beijou, disse "eu te amo" e saiu para trabalhar.

Silêncio.

Tento dormir de novo. Não consigo a maioria das vezes. O lado vazio da cama, mudo, grita a sua ausência.

Questão de paciência. Os minutos sempre passam. Sempre mais lentos do que eu gostaria, é claro, mas os vejo trocar de lugar no relógio do computador e isso significa que ainda não enlouqueci.

Ou ao menos me dá essa impressão, o que ajuda da mesma forma.

Eu fiquei aqui, lavando nossas meias, dobrando nossas roupas, tomando café em quantidade sobre-humana e fumando nos intervalos. O tempo todo contando as horas, os minutos e os cigarros que ainda faltam pra te ver abrindo a porta do quarto e apenas com esse gesto me mostrar que valeu a pena aguentar o dia.

Seu sorriso nunca é só um sorriso. É o ato sublime de devolver as cores ao meu mundo. É o que eu acredito chegar mais próximo de um dom.

Ainda tenho umas quatro horas de preto e branco. Ainda tenho vários punhados de minutos pra sentir sua falta. Ainda vou enlouquecer, ainda vou desejar ser um muro, ainda vou perceber que estou bem sóbria e que definitivamente sou essa coisa que não sei explicar. Mas você vai chegar. E logo eu, que tenho tudo pra acreditar que não dá pra ter certeza de nada nessa vida, tenho certeza disso.

A quem eu deveria agradecer por você ter chegado? Nós dois sabemos que não é a nenhum ser divino, apesar de que sua angelitude me faz questionar isso às vezes. Seria aos seus pais? Eles te colocaram aqui, certamente, mas não no meu caminho em especial. Então não sei. Todas as minhas hipóteses estão refutadas. Acasos recebem cartas? É uma pergunta maluca, vamos dizer retórica pra amenizar, mas eu sou a pessoa que deseja ser um muro. Como amenizar isso? Eu sei que acasos não recebem cartas. Mas gostaria de transformar o acaso que nos uniu em uma pessoa só pra poder escrever um agradecimento, talvez enviar uma tele mensagem ao vivo pra ela.

Enquanto não possuo esse poder, me contento em escrever pra você, meu amor. Nunca o suficiente, nunca com a mesma intensidade com que eu sinto nas palavras, nunca com o mesmo significado dos sentimentos nas frases, entretanto com toda a sinceridade que meu coração irradia ao pensar na inspiração do meu escrever. Com toda a alegria e gratidão ao pensar na sua reação ao ler.

Cada vez que penso que fui bem sucedida na missão de exprimir de mim uma definição do que sinto por você, falho feio. Sei lá, parece um camaleão. E sinceramente, espero que seja assim pra sempre. Porque eu nunca, nunca vou me cansar de tentar de deixar saber um pouco do infinito, absurdo, incondicional, tremendo, imortal e puro amor que eu tenho por você.

Thainá Mocelin
Enviado por Thainá Mocelin em 28/07/2015
Código do texto: T5326784
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