Conferindo uma reportagem sobre o barulho dos cultos que, segundo a proposta de um vereador, não devem ultrapassar determinado horário, considerei oportuno citar a zoada interior a qual tanto nos acompanha.
 
No local que moro, costumo “curtir” a preferência musical dos vizinhos sem jamais acontecer uma pausa ou qualquer espaço realçando o bom senso e o respeito.
 
Quando a música segue no volume alto, começando cedo e acabando bem tarde, nutrindo a sede que pede mil cervejas, fico indagando ao sofá: _ Ninguém mais lê?
Curiosamente o sofá silencia, evita responder.
 
É muito triste saber que quase não existem leitores.
Percebam bem o fato!
Estou criticando os meus vizinhos os quais seguem morando aqui. Nada impede a leitura desse texto, contudo eu posso ficar sereno, não terei nenhum deles aborrecido nem tirando satisfação.
Por quê? Eles não lêem, não interessa o Recanto, os sites literários são chatos, mergulhar numa rápida leitura jamais farão.
 
* Parece que, superando as músicas vazias, tão barulhentas, há uma confusão alcançando as mentes, deformando a capacidade de pensar, limitando vôos sadios.
 
Faria algum sentido hoje ir ao deserto refletir?
Uma hora, duas horas significariam uma tortura interminável.
 
* A modernidade traz os cultos nos quais os fiéis gritam porque Deus é surdo, a TV nunca pode ficar desligada, o silêncio perturba, os refrões toscos repetimos provando a loucura, refletindo o enorme barulho que permanece na alma, no fundo do ser, continua, atrapalha o sono, torna impossível sonhar, garante a profunda inquietação.
 
Não adianta diminuir o som!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 07/08/2015
Reeditado em 07/08/2015
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