Reconheça-se

Muitas pessoas nos leem, poucas nos interpretam. Algumas outras nos veem, mas poucas nos enxergam. Não por que não querem. Às vezes, simplesmente porque dependemos - em tudo e pra tudo - da perspectiva pela qual uma situação será analisada ou está inserida. Mais além, nem sempre contamos com a disposição e, sobretudo, com a reciprocidade quando nos predispomos a nos relacionar com alguém, independentemente do grau de relação. Um amigo, um amor, um familiar. Muitas vezes a minha visão não é a do outro. E não que tenhamos uma certa e outro uma errada. Cada um tem sua própria visão, seja da vida, do mundo, das pessoas e/ou das circunstâncias. Algumas das vezes falta somente a devida sintonia, mesmo quando as ideias são contraditórias, embora complementares. Talvez falte o olhar na mesma direção, o caminhar lado a lado, o lembrar que dependemos também de uma estrada de mão dupla; que quando um não quer, não adianta o outro insistir. A não ser que, desde o início, tenha-se a ciência de que nem sempre o que eu digo, o outro vá levar ao pé da letra, ou que nem sempre vou conseguir captar o que o outro quer me dizer. A não ser que, salvas pouquíssimas exceções, saiba-se exatamente onde é que estamos pisando, visto que, se levamos uma vida inteira para nos autoconhecer, que dirá então para realmente conhecermos o outro.

TJ Torres e J. Germino
Enviado por TJ Torres em 27/08/2015
Reeditado em 27/08/2015
Código do texto: T5361652
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