UMA VONTADE DE ABRAÇAR-NOS A TODOS


 
           No meio da madrugada eu, que não durmo, venho dizer da pena que me assalta por nossas fraquezas, por nossa solidão, por carências de tão vária espécie, que nos acometem, a tantos de nós, muitas delas sem remédio, irremediáveis. Uma pena... Uma pena por todos nós, uma pena de todos nós, assim tão humanos, assim tão demasiadamente humanos... Uma vontade grande de abraçar-me a mim, de abraçar-nos a todos, de pegar-nos no colo, de cantar-nos uma canção de ninar... Ah, que ternura me vem... Que ternura me vem... por mim... por cada um de nós...