DE TEMPOS-MODOS DE AMAR
                    Republicação - Texto de 2013



 
        Não sei se sei amar, sei que tenho passado a vida em oração pelos afetos e pelos desafetos. Ainda assim, não sei se sei amar. Talvez o seja, talvez. Espero que sim.
          Para não dizer que tenha passado a vida apenas em oração (justo eu, tantas vezes cética, tantas... ah, tantas vezes!) pelos desafetos e pelos afetos, ao longo de toda a vida tentei também ajudar os seres do meu afeto com palavras, presença, corpo, com ações (pena que eu venha  andando tão inerme, tão sem ânima, nestes últimos e intermináveis tempos de mim...)
         Espero que eu seja, verdadeiramente, um ser que saiba amar, um ser capaz de amar, apesar desse coração que já pouco sabe de si, ou melhor, por causa desse coração que já pouco sabe de si.
           Espero, quero, preciso crer, de todo coração, que eu seja, de verdade, um ser capaz de amar. Se tal eu seja, que eu continue a amar, seja lá como for. Seja lá como for. Mesmo que pareça inútil o meu amor; mesmo assim, continuar a amar, antes de tudo, para ser fiel a mim.
               E ser amada? Bem, ser amada é departamento outro, escolha que não me cabe a mim... A escolha de amar me cabe a mim. Fácil assim? Não, não é nem um pouco fácil assim, mas, é assim que as coisas são. Assim é que as coisas são.